M_Fumetsu Administrador
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| Assunto: Regras Básicas de Português Ter maio 25, 2010 9:47 pm | |
| Regras Básicas para não fazer roteiros e histórias sem pontuação e confusa 1º Vírgula- Spoiler:
1. Use a vírgula para separar elementos que você poderia listar Veja esta frase: João Maria Ricardo Pedro e Augusto foram almoçar. Note que os nomes das pessoas poderiam ser separados em uma lista: Foram almoçar: João Maria Ricardo Pedro Augusto Isso significa que devem ser separados por vírgula na frase original: João, Maria, Ricardo, Pedro e Augusto foram almoçar. Note que antes de “e Augusto” não vai vírgula. Como regra geral, não se usa vírgula antes de “e”. Há um caso específico que eu explico daqui a pouco. Um outro exemplo: A sua fronte, a sua boca, o seu riso, as suas lágrimas, enchem-lhe a voz de formas e de cores… (Teixeira de Pascoaes) 2. Use a vírgula para separar explicações que estão no meio da frase Explicações que interrompem a frase são mudanças de pensamento e devem ser separadas por vírgula. Exemplos: Mário, o moço que traz o pão, não veio hoje. Dá-se uma explicação sobre quem é Mário. Se tivéssemos que classificar sintaticamente o trecho, seria um aposto. Eu e você, que somos amigos, não devemos brigar. O trecho destacado explica algo sobre “Eu e você”, portanto deve vir entre vírgulas. A classificação do trecho seria oração adjetiva explicativa. 3. Use a vírgula para separar o lugar, o tempo ou o modo que vier no início da frase. Quando um tipo específico de expressão — aquela que indica tempo, lugar, modo e outros — iniciar a frase, usa-se vírgula. Em outras palavras, separa-se o adjunto adverbial antecipado. Exemplos: Lá fora, o sol está de rachar! “Lá fora” é uma expressão que indica “lugar”. Um adjunto adverbial de lugar. Semana passada, todos vieram jantar aqui em casa. “Semana passada” indica tempo. Adjunto adverbial de tempo. De um modo geral, não gostamos de pessoas estranhas. “De um modo geral” é sinônimo de “geralmente”, adjunto adverbial de modo, por isso vai vírgula. 4. Use a vírgula para separar orações independentes Orações independentes são aquelas que têm sentido, mesmo estando fora do texto. Nós já vimos um tipo dessas, que são as orações coordenadas assindéticas, mas também há outros casos. Vamos ver os exemplos: Acendeu um cigarro, cruzou as pernas, estalou as unhas, demorou o olhar em Mana Maria. (A. de Alcântara Machado) Nesse exemplo, cada vírgula separa uma oração independente. Elas são coordenadas assindéticas. Eu gosto muito de chocolate, mas não posso comer para não engordar. Eu gosto muito de chocolate, porém não posso comer para não engordar. Eu gosto muito de chocolate, contudo não posso comer para não engordar. Eu gosto muito de chocolate, no entanto não posso comer para não engordar. Eu gosto muito de chocolate, entretanto não posso comer para não engordar. Eu gosto muito de chocolate, todavia não posso comer para não engordar. Capiche? Antes de todas essas palavras aí, chamadas de conjunções adversativas, vai vírgula. Pra quem gosta de saber os nomes (se é que tem alguém), elas se chamam orações coordenadas sindéticas adversativas. (medo!) Agora só faltam mais duas coisinhas: Quando se usa vírgula antes de “e”? Vimos aí em cima que, como regra geral, não se usa vírgula antes de “e”. Tem só um caso em que vai vírgula, que é quando a frase depois do “e” fala de uma pessoa, coisa, ou objeto (sujeito) diferente da que vem antes dele. Assim: O sol já ia fraco, e a tarde era amena. (Graça Aranha) Note que a primeira frase fala do sol, enquanto a segunda fala da tarde. Os sujeitos são diferentes. Portanto, usamos vírgula. Outro exemplo: A mulher morreu, e cada um dos filhos procurou o seu destino (F. Namora) Mesmo caso, a primeira oração diz respeito à mulher, a segunda aos filhos. Existem casos em que a vírgula é opcional? Existe um caso. Lembra do item 3, aí em cima? Se a expressão de tempo, modo, lugar etc. não for uma expressão, mas sim uma palavra só, então a vírgula é facultativa. Vai depender do sentido, do ritmo, da velocidade que você quer dar para a frase. Exemplos: Depois vamos sair para jantar. Depois, vamos sair para jantar. Geralmente gosto de almoçar no shopping. Geralmente, gosto de almoçar no shopping. Semana passada, todos vieram jantar aqui em casa. Semana passada todos vieram jantar aqui em casa. Note que esse último é o mesmo exemplo do item 3. Vê como sem a vírgula a frase também fica correta? Mesmo não sendo apenas uma palavra, dificilmente algum professor dará errado se você omitir a vírgula. Não se usa a vírgula! Com as regras acima, pode ter certeza de que você vai acertar 99% dos casos em que precisará da vírgula. Um erro muito comum que vejo é gente separando sujeito e predicado com vírgula. Isso é errado, e você pode ser preso se for pego usando! Jeito errado: João, gosta de comer batatas. Alice, Maria e Luíza, querem ir para a escola amanhã. Jeito certo: João gosta de comer batatas. Alice, Maria e Luíza querem ir para a escola amanhã.
2º Por quês- Spoiler:
1) Porquê (junto, com acento): É um substantivo, portanto deverá ser usado, quando surgir, antes dele, uma palavra modificadora – artigo (o, os, um, uns), pronome adjetivo (meu, esse, quanto) ou numeral (um, dois, três, quatro). Como é um substantivo, admite plural: porquês. Exemplos:— Ninguém sabe o porquê de tanto desdém. — Quantos porquês! Pare de fazer-me perguntas.
2) Por quê (separado, com acento): É a junção da preposição por com o substantivo quê, que só é usado em final de frase. Aliás, sempre que a palavra "que" for usada em final de frase, deverá ser acentuada, independentemente do elemento que surja antes. Exemplos:
— Você não me telefonou ontem por quê? — Nem eu sei por quê. — Você está rindo de quê? — Você procurou-me para quê? Nota 1: A palavra "que" será acentuada, quando estiver antecedida por uma palavra modificadora, ou quando for uma interjeição que designa espanto. Exemplos:
— Ela tem um quê de mistério. — Quê? Ela esteve aqui, e você não me avisou?Nota 2: Quando, anteriormente ao "que", surgir a palavra "o", "a", "os" ou "as", teremos pronome demonstrativo (o, a, os, as), com o mesmo valor de "aquele, aquela, aquilo", e pronome relativo (que). No caso de "a que", também pode ser a preposição "a". Exemplos:
— Não entendi o que você falou = Não entendi aquilo que você falou. — Dos concorrentes, o vencedor será o que mais votos obtiver = Dos concorrentes, o vencedor será aquele que mais votos obtiver. — A peça a que assisti é maravilhosa. (Esse "a" é preposição) 3) Por que (separado, sem acento):
a) É a junção da preposição por com o pronome interrogativo que; significa por que motivo, por qual razão. Exemplos:
— Por que o professor faltou hoje? = Por qual razão o professor faltou? — Não sei por que o professor faltou hoje = Não sei por qual motivo o professor faltou hoje.b) É a junção da preposição por com o pronome relativo que; pode ser substituído por pelo qual, pelos quais, pela qual, pelas quais ou por qual. Exemplos:
—O aperto por que passei foi terrível = O aperto pelo qual passei foi terrível. — A causa por que luto é nobilíssima = A causa pela qual luto é nobilíssima. 4) Porque (junto, sem acento): É uma conjunção, portanto estará ligando duas orações, indicando causa (= já que), explicação (= pois) ou finalidade (= para que). Exemplos:
— O espetáculo não ocorreu, porque o cantor estava gripado = O espetáculo não ocorreu já que o cantor estava gripado. — Estudem, porque consigam a aprovação = Estudem para que consigam a aprovação. — Pare de falar, porque está atrapalhando-me = Pare de falar, pois está atrapalhando-me.
3º Exclamação- Spoiler:
Se você quiser enfatizar uma frase, por ela ser humorística, gritante ou emocionante, use um ponto de exclamação. Mas use com cuidado! Esse recurso é usado para expressar emoções fortes. Nunca use mais de um no final de uma frase (não olhe para o meu título, acima), a não ser que você seja um(a) adolescente de quatorze anos escrevendo na comunidade da Hannah Montana, do orkut. Melhor ainda: use o ponto de exclamação no máximo uma vez por página. Como o menino que mentiu sobre o lobo tantas vezes que ninguém acreditou quando o lobo realmente estava ali, você não quer ser conhecido como o escritor que “mente sobre a exclamação” quando não existe nenhuma ali. Se a exclamação for parte de uma citação, coloque o ponto dentro das aspas. Mas, se representar sua própria emoção, pode colocar fora. Assim: Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo.” ! Você sabe de que livro eu retirei esse trecho? Ganha uma bala de menta se acertar ;) Mas veja o ponto de exclamação, ele está fora das aspas. Significa que não foi o autor do trecho que escreveu, mas sim eu, que estou citando, e que acho o trecho emocionante. Caso, no trecho que eu copiei, o ponto de exclamação já estivesse lá, iria dentro das aspas.
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